E ai já tomara o seu Cafezinho
digno de um dia lindo e fresco como o dia hoje!?
Queria primeiro agradecer a todos
os comentários que recebemos a respeito da reativação do Blog e a nova participação
da Milla! Tenho certeza que vamos trocar muitas “figurinhas” por aqui...
Hoje vamos falar um pouquinho de
café solúvel! Na ultima semana estive trabalhando em uma fábrica de cafés
solúveis em Londrina... Confesso que sou apaixonada pelos processos, é ai que
meu lado engenheira vibra!! Rs E foi na minha volta em uma das horas de espera
no aeroporto que me veio a ideia desse post... falar um pouquinho da
transformação do café em solúvel.
O café solúvel surgiu como uma
solução prática e rápida para quem gosta de café, mas não tem muito tempo para
se dedicar ao ritual que a bebida geralmente exige. Em sua fabricação
utiliza-se apenas café e água não sendo toleradas quaisquer adições de conservadores
ou outros aditivos, e pode ser encontrado sob a forma de pó ou grânulos.
Entre as vantagens do café solúvel
estão a velocidade de preparo e praticidade, já que não é necessário filtrar o
café; é só adicionar água quente (filtrada) e está pronto. Outras vantagens seriam
seu maior shelf-life (validade) por ter uma umidade baixa; a dispensa de
equipamentes especiais para preparar a bebida e, quando adicionado ao leite,
nos permite produzir uma bebida mais cremosa pois nao teria a adiçao de agua
(do café coado) no leite.
Quando comparado ao café
torrado e moído o café solúvel apresenta sabor diferenciado sendo em geral mais
suave e com notas de caramelo.
O Brasil é o maior produtor e
exportador deste café do mundo. O café solúvel brasileiro é consumido em mais
de 100 países. Temos aqui, indústrias que produzem café solúvel dentro dos mais
exigentes padrões mundiais de qualidade e os grãos utilizados em sua fabricação
vêm das melhores regiões cafeeiras do país.
Quanto ao seu surgimento no mercado existem algumas versoes nao oficiais. De acordo com o site Danton Medrado, o café instantâneo surgiu de uma demanda do exército norte americano em 1838 na época em que o rum foi substituído pelo café. Bastante sagaz o exército, trocar uma bebida alcoólica por outra estimulante e sem os efeitos inebriantes!
Alguns problemas técnicos foram detectados durante esta fase de transição e, por isso, um extrato de café foi criado para facilitar seu preparo. Acredita-se que esta foi a primeira tentativa de se fazer café solúvel. Um dos nomes responsáveis por bons resultados em busca de um café prático e rápido é o químico japonês radicado em Chicago (EUA), Satori Kako. “Em 1901, ele inventou um café em pó instantâneo que foi vendido na exposição Pan-americana de Nova Iorque. Em 1906, o químico norte-americano G. Washington adaptou a idéia de Kako e criou um solúvel refinado, que foi comercializado em grande escala” (fragmento retirado do site Danton Medrado).
Já o site da revista SuperInteressante dá uma versão mais brazuca. Pressionados pelo excesso de produção do grão e a queda dos preços no mercado internacional, produtores brasileiros na década de 20 buscavam uma alternativa para conservar o café bom por mais tempo sem afetar seu sabor. A ideia era fabricar cubos de café.
A partir desta necessidade, a indústria brasileira recorreu à empresas na Suíça, em 1937, para desenvolver o produto e, foi o químico Max Morgenthaler que conseguiu a proeza. “Na Europa foi um estouro, mas sua composição contava com alguns adititivos. Considerando que a lei brasileira proíbe o uso de outros ingredientes no café solúvel, o produto (cuja composição é água e café, somente) foi lançado no mercado brasileiro apenas em 1953.
Independente de quem realmente teve esta ideia brilhante, o café solúvel foi e continua sendo um sucesso!
Hoje a indústria brasileira de solúvel, moderna e sofisticada,
molda-se às necessidades do mercado e produz todos os tipos de café que os
clientes externos demandam: spray-dried, aglomerado, liofilizado e extrato
líquido.
O Brasil é o maior produtor e
exportador de café solúvel do mundo. Essa
tendência leva o solúvel brasileiro a vários países, abrindo novos mercados e
conquistando novos consumidores, tanto lá como no próprio Brasil onde o consumo
de solúvel vem aumentando.
O assunto é tão sério, que existe até uma associação que representa esta categoria específica no mercado cafeeiro. A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS –, instituída em 1972, nasceu para defender os interesses das empresas associadas, interagindo com o Estado em todas as suas esferas (municipal, estadual e federal) em busca de definições de políticas que melhor se adequem às necessidades do setor como um todo e da economia do país em geral.
De acordo com a ABICS, existem quatro formas de produzi-lo:
SPRAY DRYING
Utiliza altas temperaturas sob alta pressão para volatilizar o extrato aquoso. A atomização do extrato em gotículas minúsculas em contato com o ar muito quente perde a umidade transformando-se em pó. É o velho e famoso Nescafé.
FREEZE DRYING
Ao contrário do processo anterior utiliza temperaturas muito baixas para sublimação (passagem direta do estado solido para forma gasosa) do extrato aquoso previamente congelado garantindo a qualidade do produto. Utiliza-se o modo mais avançado de desidratação, chamado liofilização. O produto reterá seu aroma devido às baixas temperaturas (- 20°C). O processo completo inclui: cristalização, granulação e secagem a frio.
AGLOMERADO
Outro tipo de café solúvel produzido pela indústria brasileira é aglomerado, processo que preserva a essência natural do produto, aromatizado pela adição de óleo de café, e que resulta em grânulos de ótima solubilidade. Ele é seco em torre de secagem, depois é umedecido (não chega a ser dissolvido em água) e, por isso, ele se aglomera em partículas maiores.
EXTRATO LÍQUIDO
É um extrato de café preparado pela remoção de água por cristalização e é obtido através de métodos físicos. Seria como um concentrado saturado de café.
Bem tentei fazer um breve resumo
do assunto. Os processos são bem mais complexos e cheios de termos técnicos, mas
imagino que já tenha dado para se ter uma noção do que seja o produto. Se me perguntarem
qual o meu predileto diria que é o Liofilizado (Freeze Dried). Quando comparado
aos outros é perceptível a diferença na qualidade da bebida. Mas para ir mais a
fundo no assunto deixo para o próximo post.
Espero terem gostado e finalizo
pedindo desculpas pelo tamanho do post... Sem querer acabei escrevendo demais não!?
Prometo rever isso nos próximos! (Risos)