quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Jacu e Kopi Lowak : Os inusitados cafés do Mundo!


Bom dia Pessoal!

Já tomaram sua xícara hoje!? Que tal uma xícara de um café um tanto quanto inusitado, obtido através de fezes e cuspes de animais selvagens!?

Parece estanha e nojento não? Mas acredite, são esses um dos cafés mais valorizados hoje.




Considerado o café mais caro do mundo (US$ 600.00 por meio kilo), o Kopi Luwak (ou Civet Coffee) é com certeza também o mais exótico. O café vem normalmente das ilhas do arquipélago da indonésia, e também do Vietnam e sul da Índia. Kopi é a palavra indonésia para café e Luwak é o nome do animal da foto acima, o Asian Palm Civet (Paradoxurus hermaphroditus), uma espécie de gato herbívoro que habita as florestas da dita região asiática.




E a conexão entre o ‘gato’ e o café? Resposta: por alguma razão o animalzinho em questão adora banquetear-se com as frutinhas das árvores de café arábica da região, comendo apenas os grãos mais doces e maduros. O sistema digestivo do civeta não consegue digerir por completo as semente do café, mas retira a polpa do fruto. Com isso, as enzimas digestivas e bactérias do animal acabam por processar os grãos de uma forma "toda especial".



Muitas pesquisas comprovaram que o café passa por mudanças significativas enquanto ficam no sistema digestivo do animal. Depois que ele “libera” o café (depois que ele defeca os grãos), este material é tratado, higienizado, torrado e vendido a preço de ouro em diversos sites especializados. O valor pode chegar a US$ 600 por meio kilo, tornando-o o mais caro do mundo tendo sua bebida descrita com sabor aveludado, achocolatado e livre de qualquer sabor amargo residual. A questão mais delicada em sua produção, atualmente, está na crescente criação de civetas em cativeiro.




Também produzimos um café tão exótico quanto o Kopi Luwak aqui mesmo no Brasil. Trata-se do “Café do Jacu”, que é produzido em Domingos Martins, no Espírito Santo. O processo é parecido, mas o animal é diferente: o pássaro Jacú. O tão perseguido vilão das lavouras de café agora é o herói. Ele é responsável em produzir bebidas únicas quanto à qualidade e sabor e, consequentemente, valoriza a saca. O preço deste tipo de grão é tão caro quanto o grão da Sumatra, o Kopi Luwak.



A descoberta aconteceu quase sem querer em uma fazenda do Espírito Santo. Enquanto o dono da fazenda lutava contra a praga – os pássaros que comiam sua produção – ele ouviu falar sobre o café exótico da Indonésia e resolveu fazer testes. Batata! Um café de alta qualidade feito aqui, bem pertinho do estado de São Paulo. Agora, os métodos de produção foram revistos. A colheita é um pouco diferente. Somente os grãos secos e as cerejas são colhidos e depostados junto ao pé de café. Isso facilitará a alimentação do pássaro que faz “seu lanchinho” durante a noite. O próximo passo é colher as fezes do animal pela a manhã e encaminhar para o beneficiamento e higienização dos grãos.




Os colhedores apanham esse "pé-de-moleque" - o estrume do jacu fica feito um pé-de-moleque, com os cocos colados uns aos outros - e levam pra secar no terreiro. Depois, os grãos de café que o Jacu expele inteiros e envoltos por uma casca são separados manualmente. Então só fica faltando a operação de pilar o grão (beneficiamento) quando ele, perdendo essa sujeira do exterior, toma o aspecto de um café comum, verdinho, as duas metades iguais, da mesma forma que a gente vê em qualquer armazém. Aí é torrar, moer e partir pra xícara... com uma bebida de baixa acidez, doce, com aroma de chocolate e fruta, muito bem aceita no exterior.




 “Este produto é uma raridade e tem qualidade, porque o bicho só come grãos maduros. Café bom é café colhido na hora certa e ninguém melhor que um pássaro para decidir a melhor hora”, brinca Henrique – Proprietário da fazenda Camocin onde é produzido o Café Jacu.
Na fazenda, o cultivo é no sistema de agrofloresta, ou seja, as plantas ficam imersas em meio a mata nativa. “Nós não conseguimos controlar o que o jacu come, então brincamos que o blend é determinado por ele. Além da fruta do café, a espécie adora comer frutas vermelhas”, explica.

Das duas toneladas produzidas por ano do Jacu Bird Coffee, 80% vai para países como França, Japão, Austrália e Estados Unidos



Um terceiro tipo de café exótico que vem ganhando os holofotes do mundo é produzido na vila de Zhanghu, em Taiwan. Um pequeno cafeicultor percebeu que os macacos existentes na região eram grandes consumidores dos frutos mais saudáveis de suas produções. Entretanto, ao contrário de outros fazendeiros, que os consideram uma praga, o fazendeiro notou que os mesmos aproveitam o exterior suculento das frutas vermelhas e descartam os grãos, que causam indigestão. Assim, diferente do Kopi Luwak e do Café do Jacu, os grãos não são excretados, mas cuspidos.

Visitantes de várias partes de Taiwan e do mundo vão à vila de Zhanghu para apreciar o novo tipo de café. De acordo com o produtor e alguns apreciadores, esse café é mais doce e apresenta uma nota de baunilha em seu aroma.




Então?! Se interessaram em provar algum!?